Sopapo
Batucada dá a largada no Cabobu
Festival vai até domingo valorizando ancestralidade negra
Foto: Italo Santos - DP - Festival exalta a importância do sopapo, instrumento típico elaborado pelos negros escravizados de Pelotas
A 3ª edição do Festival Cabobu teve inicio nessa sexta-feira (21) com muita batucada e alegria. Um cortejo musical circulou a Praça Coronel Pedro Osório, ecoando o som dos tambores até o Palco Giba Giba, no Largo do Mercado Público.
O ritmo da percussão marca o retorno do festival que busca exaltar a memória e a cultura dos negros de Pelotas. Uma história simbolizada pelo sopapo, instrumento desenvolvido pelos negros escravizados da cidade na última metade do século 18. Hoje, o Cabobu representa a resistência, a cultura, a preservação da ancestralidade e a luta da população negra.
Parte do cortejo, o Babalorixá Juliano de Oxum ressalta a importância do sopapo. "O tambor de sopapo ressignifica nossa história, é o elo entre nós, seres humanos, e a ancestralidade, entre orum, que é o céu, e aiê, que é a terra", diz. "O sopapo e o Cabobu nos trazem a herança mais fiel dos negros escravizados que vieram para cá e trouxeram a sua ancestralidade, sua raiz e sua cultura".
A secretária de Cultura do Rio Grande do Sul, Beatriz Araujo, afirma que o retorno do Cabobu representa um movimento de preservação do sopapo e do trabalho do mestre Giba Giba, um dos idealizadores do festival na décadas de 1990. "É a força dessa ancestralidade que está aqui presente no Cabobu", considera.
A programação do Festival Cabobu vai até o domingo, e inclui atividades que vão de apresentações musicais a rodas de debate e exposições artísticas. O Cabobu abriga também a Feira Preta Helena do Sul, na praça Coronel Pedro Osório, com produtos feitos por mulheres negras e indígenas. A programação completa pode ser conferida no Instagram @festivalcabobu.
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